FORMAÇÃO DE PROFESSOR E HIPERMÍDIAS



NOVAS TECNOLOGIAS, EDUCAÇÃO, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Neli Klix Freitas
Universidade de Santa Catarina -  Brasil

Ao falar nas novas tecnologias é importante referir que a maioria da população, no Brasil, ainda possui acesso restrito, ou nenhum acesso a elas. Não se pode deixar de considerar as novas iniciativas públicas atuais que, em um tempo breve, possivelmente, sejam capazes de democratizar plenamente o acesso, criando novas oportunidades e possibilidades de consumo de tecnologias.
Assim sendo, não basta capacitar o professor para as novas tecnologias. É necessário o preparo e a manipulação de informações para um posicionamento crítico diante dessa realidade. O professor deve utilizar a tecnologia digital no sentido de transformar o isolamento, a indiferença, a alienação com que costumeiramente os alunos freqüentam o ambiente da sala de aula (Barreto, 2001).


Há quatro esferas entre a formação de professores e a tecnologia: multinterfaces do conhecimento, técnica, computadores e tecnologias intelectuais, competências e habilidades escolares nos processos de ensino e de aprendizagem (Barreto, 2001).

Nessa perspectiva, o que muda refere-se às competências e habilidades que auxiliam o ser humano na construção de uma nova cultura de aprendizagem (Kerckhove, 1997).
As tecnologias da informação devem estar presentes não apenas na educação, mas em outras esferas da vida humana. Não é a tecnologia que determina a sociedade; a sociedade é que escreve o curso da transformação tecnológica, uma vez que o processo de descoberta científica possibilita à sociedade entender diferentes representações implícitas nas ferramentas tecnológicas (Castells, 1999).


As novas tecnologias da informação resultam da integração de possibilidades técnicas que já experimentamos, e que permitem a ressignificação de práticas já superadas, bem como o incremento da rapidez no processo de informações, a codificação e a transmissão da informação graças à digitalização, ao cabo óptico e aos satélites (Coll, et all, 1996).

Castells (1999) refere aspectos importantes do paradigma das novas tecnologias da informação:

1) A informação é sua matéria-prima. São tecnologias para agir sobre a formação, que, por sua vez, retroagem sobre o incremento de outras tecnologias para melhorar os fluxos informacionais e comunicacionais em rede.

2) A penetrabilidade das novas tecnologias molda os processos de existência individuais e coletivos.

3) A lógica de redes, sistema ou conjunto de relações, usando as novas tecnologias de informação permite a flexibilidade na comunicação.
 
As novas tecnologias devem ser integradas aos processos de formação continuada de professores, multiplicando informações e acenando para novos rumos no cenário sócio educativo.

Revista Iberoamericana de Educacion
Disponível em http://www.rieoei.org/deloslectores/2179Freitas.pdf acesso em 13/09/2010

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ENSINO À DISTÂNCIA - PROFESSOR COLETIVO: 
Na Educação à Distância(EAD) há uma nova divisão do trabalho. Quem ensina nesta modalidade é uma instituição e nao apenas o professor. Pontochave para as resistências naturais de um profissional ainda preso num papel de poder e de trabalho individualizado advindos da escola tradicional. Nesta o professor foi preparado e nela ele ainda atua presencialmente.
O uso dos meios tecnológicos de informação e comunicação torna o ensino mais complexo e segmentado. Na EAD as tarefas são dividas, desviando o professor do centro de um processo no qual a eficácia da concepção, planejamento, realização e distribuição de cursos e materiasi são os focos de uma produção objetiva.
Podemos destacar várias funções que contribuem com o "ensinar" em EAD: preparação de cursos e textos, revisão e edição de textos, tecnólogos educacionais, artistas gráficos, programadores, editores, acompanhamento por tutoria, monitoria. Enfim a caracteristica principal  do ensino a distância é a transformação do professor de uma entidade individual em uma entidade coletiva. 
Desta forma o novo papel do professor é o parceiro do estudante, não apenas EAD, mas também em processos de ensino-aprendizagem presenciais.
Destaquemos as funções do professor EAD, considerando-as ponto de partida para vários outros destaques que portanto, não findam-se na listagem:
*Professor Formador: orienta estudo e a aprendizagem, dá apoio psicossocial ao estudante, ensina a pesquisar, a aprender.
*Conceptor e realizador de cursos e materiais:  prepara os planos de estudo, curriculos e programa.
*Professor Pesquisador: Pesquisa e atualiza em sua disciplina específica, participa da pesquisa dos alunos.
*Professor Tutor: orienta o aluno em seus estudos relativos à disciplina pela qual é responsável, esclarece dúvidas.
*Tecnólogo educacional: é responsável pela organização pedagógica dos conteúdos  por sua adequação aos suportes técnicos a serem utilizados na produção dos materiais.
*Professor recurso: assegura uma espécie de balcão de respostas a dúvidas pontuais dos alunos com relação aos conteúdos de uma disciplina.
Nem todas as funções são exercidas por uma só pessoa. Daí a enfâse no trabalho colaborativo docente, neste contexto é imprescindível uma discussao a respeito da formação de formadores. Nos cursos de professores é necessário que estes sejam preparados para a inovação tecnológica e para sua consequências pedagógicas. Porém mais importante ainda é aconscientização a respeito da formação continuada numa perpectiva que se dá ao longo da vida.

Fonte: Universidade Paulista - Apostila Didática para o Ensino a Distância - Páginas: 34 a 37